sábado, 22 de agosto de 2015
segunda-feira, 15 de dezembro de 2014
sábado, 27 de setembro de 2014
O Tempo
As ruas são as mesmas, as árvores são as mesmas, até o asfalto deve ser mesmo. Mas há algo estranho no ar: a vizinha fofoqueira do 75 não está com sua cadeira azul na calçada; o menino gordo de óculos emagreceu e agora faz sucesso e barulho com sua potente motocicleta - ele era mais simpático quando era gordo; o boteco da esquina que infernizava os vizinhos com as serestas de sexta se tornou uma igreja evangélica, incomodando os vizinhos todos os dias; Sarney, o vira-latas, não está mais em frente à oficina... Nem oficina existe mais, agora é um depósito clandestino para botijões de gás. E eu me olho no espelho, o mesmo espelho com uma rachadura na parte inferior, mas a imagem é diferente.
terça-feira, 21 de janeiro de 2014
Incertezas
Talvez eu esteja aprendendo a não esperar sorrisos, a adormecer sem amizade, a ser como meus amiguinhos: magoar gritando e ser magoado em silêncio. Talvez eu esteja aprendendo a reconfortante hipocrisia dos adultos, a deixar de lado a velha camaradagem adolescente – um por todos, todos por um, quando deixou de ser assim?
Talvez eu seja sonâmbulo onde quase todos dormem sedentos por seus sonhos. Talvez eu não queira sair da realidade ou talvez a realidade seja o meu estado de espírito. Talvez o mundo não seja um conto de fadas, ou quem sabe eu prefira o vilão ao príncipe encantado. Talvez eu não seja tão bom assim. Talvez bondade seja só dinheiro. Talvez os heróis bebam vodca depois do beijo final, talvez não existam heróis.
Talvez a vida nos molde em algo pior, talvez seja mais fácil aceitar do que se rebelar, talvez minha rebeldia não soe romântica, e talvez, só talvez eu recuse a coleira do conformismo. Talvez não haja espaço para ideologias depois dos trinta, talvez devêssemos viver somente até os dezesseis para que não houvesse tempo do mundo nos corromper, para que ainda esperássemos alguma mágica do infinito, para que o céu ainda nos hipnotizasse.
Talvez eu me dope, talvez eu viva, talvez eu só escreva... Talvez sejam apenas palavras de amor, ou de saudade... Afinal, quem sabe decifrar tanto “talvez” num mundo cheio de certezas?
quarta-feira, 11 de dezembro de 2013
1° Concurso Literário de Nova Friburgo
Premiação do 1° Concurso Literário de Nova Friburgo, na Câmara de Vereadores da cidade.
A solenidade ocorreu no dia 7 de novembro de 2013.
A solenidade ocorreu no dia 7 de novembro de 2013.
sábado, 2 de novembro de 2013
Bravo! (Lançamento)
Lançamento do romance Bravo! Quando os homens se tornam heróis.
Cris Iório é o vocalista da maior
banda de rock da atualidade. Suas letras rebeldes e seu carisma incendeiam
plateias país afora. Mas além dos palcos, Cris vê o mundo desmoronar e
precisará lutar para não ser soterrado pela solidão e pelo desespero.
Bravo! Quando os homens se tornam heróis
narra o recomeço de uma história, quando o ser humano tem de se despir da
vaidade e se soltar das correntes que o prendem ao passado a fim de reencontrar
o caminho da felicidade.
Para adquirir o livro, clique AQUI
quinta-feira, 17 de outubro de 2013
quarta-feira, 25 de setembro de 2013
quinta-feira, 22 de agosto de 2013
1º Lugar no 1º Concurso Nacional da ABRAMMIL
No dia 15 de agosto de 2013, aconteceu no Museu Conde de Linhares, no Rio de Janeiro, a premiação do 1º Concurso Nacional da ABRAMMIL (Academia Brasileira de Medalhística Militar), no qual fiquei em 1º lugar em poesia livre.
Ficam aqui as minhas fraternas saudações à ABRAMMIL pela organização do concurso e pela belíssima cerimônia.
Ficam aqui as minhas fraternas saudações à ABRAMMIL pela organização do concurso e pela belíssima cerimônia.
sábado, 13 de julho de 2013
13 de Julho - Dia Mundial do Rock
Rock e literatura são amigos de longa data, dois camaradas que saem por aí em noitadas regadas a muito vinho, disparando campainhas às duas da madrugada e azucrinando a vida das pessoas em geral. Aliás, é isso: rimam tão bem porque se uniram para o mesmo fim, incomodar. Que se dane se podem ficar mal falados, eles querem mesmo é soltar a voz, seja no palco ou na pauta, sem rédeas, sem regras.
Quando Jim Morrison escolheu o nome da sua banda, fazendo referência ao poema de William Blake ("Se as portas da forem abertas, as coisas irão surgir como realmente são, infinitas") e ao livro de Aldous Huxley ("The Doors of Perception"), estava brindando a essa velha amizade. O mesmo pode-se dizer sobre Bob Dylan e suas crônicas, sobre a parceria entre Raul Seixas e Paulo Coelho, sobre a poesia sempre tão presente nas letras de alguns... No rock brasileiro, temos vários exemplos de poetas que usaram a música ao invés dos livros para transmitir sua mensagem: "Poetas e loucos aos poucos / cantores do porvir / E mágicos das frases / Endiabradas sem mel" ("Boas Novas" - Cazuza).
E a íntima amizade entre rock e literatura só faz aumentar na obra da Legião Urbana e de seu líder Renato Russo: "Faroeste Caboclo" é uma biografia, "Eduardo e Mônica" um romance, "Dezesseis" um conto, "Mais Uma Vez" autoajuda e "Os Anjos" uma crônica poética... Humberto Gessinger também confirma essa relação ao citar Sartre ("A dúvida é o preço da pureza") e Ferreira Gullar ("O sonho é popular").
Por isso tudo, aos que são amantes do rock e casados com a literatura (ou vice-versa), mas sempre fiéis à arte, um ótimo Dia Mundial do Rock!!! Yeah!!!
domingo, 7 de julho de 2013
Os Ignorantes São Mais Felizes
Algumas pessoas ignoram a História... A escravidão, o desemparo de ex-escravos e seus descendentes jogados à própria sorte, a degradante condição social ardendo na alma como um chicote, a falta de dignidade como tronco e feitor, e acham injusta qualquer ação que vise remediar 500 anos de violência.
Algumas pessoas ignoram o Sistema... A pirâmide social se torna aceitável (e até necessária). Querem apenas melhorar o próprio salário, trocar de carro, manter o status quo. Sem tetos se tornam vagabundos, usuários de drogas podem morrer (não fazem falta!), desempregados devem se vender por qualquer trocado (afinal estão desempregados, valem pouco!), e quem tem dinheiro se torna um herói merecedor das dádivas da vida, e quanto mais dinheiro, mais exclusivas devem ser essas dádivas.
Algumas pessoas ignoram a Coletividade... Tudo é fruto da competência e do esforço individual, e que se dane quem não pôde estudar, quem está nas favelas e periferias herdeiras das senzalas, tornando ainda mais viva e cruel a frase de Louis Dumont: "Chama-se de individualista uma ideologia que valoriza o indivíduo e negligencia ou subordina a totalidade social".
Algumas pessoas comem brioches e cospem em pães franceses, por ignorar que a matéria-prima de ambos foi a farinha; algumas pessoas são mais felizes...
Algumas pessoas ignoram o Sistema... A pirâmide social se torna aceitável (e até necessária). Querem apenas melhorar o próprio salário, trocar de carro, manter o status quo. Sem tetos se tornam vagabundos, usuários de drogas podem morrer (não fazem falta!), desempregados devem se vender por qualquer trocado (afinal estão desempregados, valem pouco!), e quem tem dinheiro se torna um herói merecedor das dádivas da vida, e quanto mais dinheiro, mais exclusivas devem ser essas dádivas.
Algumas pessoas ignoram a Coletividade... Tudo é fruto da competência e do esforço individual, e que se dane quem não pôde estudar, quem está nas favelas e periferias herdeiras das senzalas, tornando ainda mais viva e cruel a frase de Louis Dumont: "Chama-se de individualista uma ideologia que valoriza o indivíduo e negligencia ou subordina a totalidade social".
Algumas pessoas comem brioches e cospem em pães franceses, por ignorar que a matéria-prima de ambos foi a farinha; algumas pessoas são mais felizes...
domingo, 16 de junho de 2013
sexta-feira, 5 de abril de 2013
Mitologia Íntima
Pouso a noite, sepulcro da
eternidade,
Sobre minhas retinas suadas,
E miro em Órion e em horóscopos
luminares,
Tateando em vão alguma luz em meu
espírito
Tocado há muito pela solidão
De um Hades em meu peito.
Tomo a taça como uma dama:
Um beijo quente em suas bordas
molhadas,
E sinto seu tinto batom em meus
lábios...
Eu, o filho de Baco e de leviatãs
nublados,
Desertor de doze trabalhos
maçantes,
Retirante de Asgard,
Cambaleante entre os frígidos
dias capitalistas
E as afrodites noites a me embebedar
Da tua ausência poética...
Eu, o nobre soturno,
Admoestado por uma horda de
demônios
Na odisseia dantesca em que
navego,
Perdido em bússolas desnorteadas
E redemoinhos que me afogam em
mim mesmo.
Por Zeus do céu,
Sou um ciclope cego no labirinto
mundano,
Sem deuses ou heróis, sem
divindade ou heroísmo,
Beijando Gaia em cada queda
diária, sem Olimpo,
Amando Nix como um filme de Tinto
Brass,
Desalmando cada gozo em frenesi
frívolo,
Bailando com ninfas a preços vis
nas esquinas.
Por Deus
(Talvez o maior dos mitos seja
Este),
Minha crença cadavérica abraça
Seth
E mergulha noite adentro nos
subterrâneos
Em que Cilas de quadris vorazes
Comem minha alma sem cura
E expelem o que resta de mim
Sobre uma cama solitária.
terça-feira, 26 de fevereiro de 2013
Ensaio sobre a amizade
Sou enteado de um mundo agonizante frente ao espelho do próprio umbigo; órfão de um tempo suave, onde a amizade sacralizava cada abraço: um por todos e todos por um.
Mas aquela velha ideologia adolescente agora é apedrejada pelos mesmos caras que um dia compraram o meu barulho no fronte; aquela turba de infantes agora bebe Coca-cola e arrota de satisfação nas mesas burguesas; aqueles camaradas se perderam por aí, por entre as modas e as moedas... E ninguém mais derramará uma gota de sangue ou uma lágrima por um sonho ou um amigo.
Estamos cada vez mais sozinhos e cada vez mais não temos por quem lutar.
sábado, 2 de fevereiro de 2013
América Latina, um povo ao sul dos Estados Unidos
Hoje, eu quero gritar ao ego das massas individualistas, erguer o punho esquerdo e tocar o céu da igualdade. Hoje, eu quero sorrir pelo sorriso de felicidade da gente humilde da minha terra, a América Latina.
Hoje, eu quero ver o mundo pelos olhos de uma criança, deixar meu espírito beijar os lábios daqueles que até ontem não tinham voz. Hoje, eu quero festejar a supremacia da minha raça, a humana.
Hoje, eu quero ver o mundo pelos olhos de uma criança, deixar meu espírito beijar os lábios daqueles que até ontem não tinham voz. Hoje, eu quero festejar a supremacia da minha raça, a humana.
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