terça-feira, 14 de junho de 2011

O olhar e o mar

Teu olhar bravio como uma nau
Em meio à fúria de Poseidon
Não tocou uma ilha de paz sequer
E, alumiado pela ausência dos faróis,
Acariciou recife de corais
Enquanto tateava em vão
O grande azul, lar de marujos,
E via mar e céu numa só linha
Como se a vida fosse retilínea,
Como se a qualquer momento
Ela não fechasse os teus olhos para sempre.

E hoje as retinas são mares de lágrimas
Em outros olhares, como oceanos tempestuosos na alma,
Enquanto a calmaria absorve o teu corpo
Sete palmos distantes do mar.

E as ondas continuarão beijando a areia da praia
Como se nada tivesse acontecido...
Apenas mais um olhar encontrou a escuridão da inexistência.

* 6º lugar e Menção Honrosa no XXVI Concurso de Poesia Brasil dos Reis (Angra dos Reis/RJ)

4 comentários:

Anônimo disse...

Belo poema.

Milton disse...

Profundo como o oceano;

Fábio disse...

Parabéns.

Gustavo disse...

Bonito texto, Thiago! Parabéns!!!